10 perguntas para Robert Kiyosaki
O empresário Robert Kiyosaki, autor do best-seller "Pai Rico, Pai Pobre" (Editora Elsevier), aborda de um modo particular os investimentos.
Ele sempre diz que educação financeira deve ser adquirida na prática diária e longe dos bancos acadêmicos.
Em sua primeira entrevista para um veículo brasileiro, exclusiva para a DINHEIRO, ele destaca sua fórmula de investimentos: montar um negócio próprio, mercado imobiliário, ações e commmodities. Em setembro, Kiyosaki, um apaixonado por rugby, desembarca no País do futebol para participar da ExpoMoney, em São Paulo.
DINHEIRO - Educação financeira deve ser aprendida na escola? Robert KIYOSAKI - Não. Eu não tive educação em finanças, aprendi em casa. Não se aprende sobre investimento na escola. Ela diz para ler, ouvir e não cometer erros. Como você pode aprender qualquer coisa se você não comete erros?
DINHEIRO - Qual é o seu principal conselho sobre investimento? KIYOSAKI - É preciso decidir o que se pretende fazer para começar a aprender. Investir é um assunto para toda a vida. Ainda estou estudando e aprendendo na prática.
DINHEIRO - Qualquer um pode ser um investidor bem sucedido? KIYOSAKI - Sim, com desejo, vontade e ambição. É como sentir medo antes de começar a praticar o futebol. Tem que ser forte para querer jogar o jogo. Não é tão difícil.
DINHEIRO - Quais são as melhores oportunidades em um país como o Brasil? KIYOSAKI - As oportunidades são sempre as mesmas em todo o mundo. E elas são quatro. Desenvolver um negócio, que é o mais difícil de todos, setor imobiliário, ações e commodities. O Brasil é um país de commodities.
DINHEIRO - O sr. tem algum ativo brasileiro? KIYOSAKI - Eu estou nos mercados internacionais. Não foco sobre um país e nem sequer nos EUA. É tudo internacional. Eu procuro petróleo porque é internacional. Invisto em minas de prata, de ouro, porque são internacionais. Essa é uma filosofia diferente.
DINHEIRO - Qual é a necessidade de se diversificar os investimentos? KIYOSAKI - O que a maioria das pessoas chama de diversificação não é isso. Elas compram fundos de previdência, ações de pequenas empresas com grande possibilidade de crescimento e ativos de companhias estrangeiras, entre outros. Isso é diversificar, mas estão todos no mercado acionário. Diversificar não significa comprar um monte de coisas. Tecnicamente, diversifico em todas as categorias. Não concentro em ações.
DINHEIRO - É possível fazer uma comparação entre a bolsa brasileira e a americana? KIYOSAKI - Não acompanho o mercado acionário. Sigo o preço do ouro, da prata e do petróleo. E tudo o que quero saber é qual é a comparação entre o real e o preço do ouro, da prata e do petróleo. Porque realmente o que faz correr o mundo é o petróleo. Sei que o Brasil está produzindo etanol.
DINHEIRO - O sr. não gosta do mercado de ações? KIYOSAKI - Eu não conto com o mercado de ações para a minha riqueza, não compro ações para a minha segurança. O mercado acionário é a plataforma da América. E o grande problema é que o FED e o Tesouro Americano colocam como plataforma. Aí veio o bailout (socorro) e os ricos ficaram mais ricos e os pobres mais pobres. Eu não confio.
DINHEIRO - O que pode ser o futuro dos investimentos? KIYOSAKI - O dólar está perdendo valor agora e vai continuar perdendo valor até quando se começar a subir a taxa de juro. E vamos ter que esperar isso por um tempo. Nos próximos três anos, vai ser um dólar barato. E o dólar afeta o mundo econômico.
DINHEIRO - A crise mundial acabou? KIYOSAKI - Não, é só o começo. Todos dizem que sim, mas na minha opinião, o Tesouro americano, o Fed e Wall Street causaram essa enorme crise, que não pode ser revertida agora. Eles roubaram trilhões de dólares do povo americano e mundial.
Por MÁRCIO KROEHN